terça-feira, 2 de março de 2010

Lástimas para quê?

É claro! Lastimando-nos ou não, a Vida continua do mesmo modo no seu curso natural, num misto de determinismo e de liberdade.
Ninguém é auto-suficiente! Nada é, apenas, por si só! Há sempre um outro, muitos outros... na mesma lástima (ou pior!) do que a nossa.
Caetano Veloso diz: "Navegar é preciso, viver não é preciso!" Parafraseando-o para este contexto, afirmo:" lamentar não é preciso; agir é preciso!”
Chega de discursos de mágoas apelando para a “solidariedadezinha”, para a “caridadezinha”! Chega de discursos ditos politicamente correctos, por detrás dos quais reina a hipocrisia e o mero oportunismo, mesmo perante as irremediáveis e incontornáveis catástrofes naturais!
Sinceramente estou farta de “bodes expiatórios” e de “muros de lamentações”; das farsas de uma humanidade ludibriada e de rosto encoberto; de mãos que não agem; de braços cruzados, que para nada de mexem, de diálogos que são monólogos vazios; de politiquices, de tachismos, de compadrios!
Ainda não perceberam que somos completamente inúteis se não colocarmos em acção os nossos pensamentos autênticos e necessários, e as palavras que os dizem? Claro que perceberam, mas não vos convém! É mais comodo assistir, de camarote, como meros observadores passivos, pensando que há sempre alguém que se mova por nós!
Desculpem, meus senhores e minhas senhoras, mas a esta onda não me agita! Só as ondas alterosas dos mares vigorosos por onde, outrora, navegaram os grandes, os verdadeiros heróis deste País, que fizeram História, pela sua bravura, coragem, ambição, sentido real de Pátria, conscientes dos reais problemas nacionais que pretendiam, de facto, resolver (e resolveram, e para isso se moveram!), quais almas nobres de punho forte que assim foram conduzidos, apesar de todos os obstáculos e intempéries desse mar imenso, com mostrengos e algumas sereias, a construir um Império, onde se fundamentou e estruturou a dignidade do Povo português, hoje, sem norte, decaído, num caos económico, também intelectual e moral de um povo sem crédito.
Podem dizer que sou lunática, saudosista, arrogante, exacerbadamente patriota… ou seja lá o que for! Porém, ergo a minha consciência e a minha voz sempre e onde for necessário, e de rosto aberto; também movo as minhas mãos para todas as acções que tiver de realizar em nome de um Portugal completamente renovado, quer dizer: de um Portugal sem corrupção, sem mentiras, sem escutas escusas, sem comportamentos por debaixo do pano, sem pressões absurdas sobre o que é pensado e escrito, porque a Verdade não querem que aflore.

Isabel Rosete
02/03/2010