sexta-feira, 8 de maio de 2015

"QUANTOS ERROS"
Por IR/Semi-heterónimo de Isabel Rosete

«Não quero que pranteiem a minha morte.
Odeio essas lágrimas mórbidas que nada significam,
Esses meros pedaços de nada das mentes
Que sempre me ultrajaram e nunca me acudiram.


Glorifiquem, venerem, os Pensamentos que tive
E nunca escrevi!
Passados quarenta e nove anos
Desta minha existência conturbada, é o que vos peço.

- Quantos erros não cometi?
- Quantos, ainda, não irei cometer?



Sou a réplica perfeita de um alma que chora,
Por não ser compreendida.
Não tenho a paz perpétua.
Não deixo outros opúsculos.
Apenas, alguns pensamentos dispersos.
A quem os ler, resta encontrar a lógica,
O sentido de tantos retalhos e atalhos
Que, nem sempre, fui capaz de unir.
O timbre do tédio regista-se na minha mente,

Onde já não cabe mais um ínfimo resquício de esperança.
Ah, como me revejo em Sócrates
E nessa ideia da Morte, para este mundo insano,
Como um Bem Supremo!»
IR