sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

MANIFESTO CONTRA A COBARDIA E A HIPOCRISIA




Não sei mais amar o próximo
Como a mim mesma.
A futilidade é claustrofóbica.
A mesquinhez é indigna.
A normalidade é a grande farsa
Dos cobardes,
Dos que blasfemam
No mais sórdido silêncio,
Dos que escondem o rosto
E todas as suas faces,
Por medo, por desvario, por ignorância...
Por temor das vozes dos outros
Que não apóiam qualquer acto
De presentificação do ser si-mesmo.

Malditos!
Eternamente vos amaldiçôo!
O fogo do Inferno vos desejo
Com todas as forças
Que ainda me restam
Até ao meu último fôlego sentido.

Odeio-vos
Vermes com rosto de gente
Que até os animais (mais) selvagens desprezam
Como carne putrefatca
Que nem os abutres ousam devorar,
Apesar de famintos!

Tenho nojo de vós
Asquerosos cobardes,
Nem em aparência respeitáveis!

Sois pura aparência,
Meros pedaços
Dispersos
Do ignóbil nada que vos consome!

Sois, malditos cobardes,
A praga que a medicina ainda não aniquilou,
Uma espécie exaquerável
De qualquer coisa insignificante,
Sem nome!

Podres estão os vossos corpos
E as vossas almas!

Que alma não tendes,
Nem corpo,
Nem matéria,
Nem forma,
Nem nada que possamos
Identificar com coisa alguma
Que se possa descrever ou mencionar!

Sois, cobardes, de tal modo
In-identificáveis
Que todos os adjectivos depreciativos
Se esgotam em todas as línguas
E em todas as linguagens!

Porque não morreis,
De uma vez só,
Cobardes,
Se sois a escumalha,
A negra mancha da escassa dignidade
Que ainda nos resta,
A nós,
Que existimos de viso des-coberto,
Aberto, nos múltiplos espaços
Do autêntico Ser
E do verdadeiro estar, que vós,
Não conheceis jamais?

Excluo-vos
Indigentes cobardes
E
Hipócritas,
Do meu pequeno-grande mundo
Mais-que-perfeito.

Se quiserem,
Se ousarem querer,
Pelo menos uma vez,
Por entre alguns parcos momentos
De uma eventual lucidez remota
Que ainda possa surgir
Nos vossos espíritos encurralados,
Digam que sou ARROGANTE,
Vá, digam, se sois capazes!
Mas digam-no em VOZ BEM ALTA,
Miseráveis cobardes!

Eu,
Apenas afirmo:
TOLERÂNCIA,
Meus queridos,
TOLERÂNCIA!
Neste e em todos os meus manifestos
Contra a COBARDIA e a HIPOCRISIA!

É tão-só a TOLERÂNCIA
Da (IN) TOLERÂNCIA
Que me corre nas veias!

É tão-só a TOLERÂNCIA
Da (IN) TOLERÂNCIA
Que move as minhas sinapses neuronais!

É tão-só a TOLERÂNCIA
Da (IN) TOLERÂNCIA
Que alimenta a minha Alma!

E tão-só a TOLERÂNCIA
Da (IN) TOLERÂNCIA
Que me fustiga o Espírito!

O que quereis mais,
Gente medonha e estúpida?
Se não tendes mais nada para dizer,
Se não sois mais capazes de engolir,
A frio,
A vossa cobardia,
CALAI-VOS, PARA SEMPRE!

Isa
30/04/2008

Procuro
A perfeição em todas as coisas
Busco
Todos os pormenores
Que estão ao meu alcance.

Nas essências
Quero mergulhar
Penetrar...
Ao absoluto pretendo chegar!

Caminho,
Em direcção à Origem.
Do Nada...
Ausento-me.
Mergulho
Em todos os espaços
E em todos os lugares.

Só o Todo me basta!
Des-nudo
Os entes.
Atinjo
As maravilhas da criação.

Isa
30/04/08
Ainda há espaços escondidos
No coração dos homens!

Silenciam a sua voz
Na face oculta do devir do mundo!

Vozes dispersas
Ouvem-se ao longe!

Isa
10/12/2008

A minha Alma evade-se
Por entre as travessuras das crianças.

Chora a Infância que não teve
Em plena nostalgia
Des-consulada!

Remove um tempo que já foi
E
Não volta mais.

No olhar dos infantes
Enxerga uma inocência
Que já não existe
Uma pureza originária
Que não cabe mais no coração
Dos homens.

10/12/2008
Pairo, por aí…
Não sei para onde vou!
Simplesmente pairo
E sou.

Isabel Rosete
15, o3, 2009
A angústia do Amor
Irrequieta-me.

Sofro pelos amores-vividos,
Pelos ainda não-vividos
E por viver.

Quero-os
E rejeito-os
Num só e mesmo instante
De plena inquietude,
Que me ex-tasia a Alma
Atormentada
Vagueante pelos atalhos,
Por onde não vou.

Isabel Rosete
15,03,2009
Quem me levará para onde eu não quero ir
Durante a minha Vida,
No momento da minha Morte,
Ou depois de todos os meus perecimentos
Infinitos?

Apenas os Anjos que sabem de mim
E escutam,
Silenciosamente,
As vozes do meu pensamento,
Nem sempre dis-persas.

Isabel Rosete
15/04/2009

Finalmente,
Conquistámos a Felicidade!
Finalmente,
Renova-se a Alegria!

Não há mais sofrimento,
Nem dor, nem flagelos...

A Humanidade atingiu,
Por ora,
O auge da sua própria per-feição,
O júbilo do seu ser,
Em todo o seu esplendor...

E a serenidade regressou às Almas,
Agora,
Em paz perpétua.

Isa/15 Abril, 2009
O nosso Amor continuará a ser eterno!
Mesmo que as amarguras da vida
Perdurem!
Mesmo que o Mundo nos
Separe!

Nada,
Ninguém,
Combaterá a intensidade
Da força do Amor!

Sempre que o Amor é Rei...!

Quando um Rei impera,
Pela seiva viva que o legítima,
Nada é imbatível,
Não há impossíveis!

Os obstáculos desaparecem
Pelo alento do Amor!
Todas as restrições
Podem ser contornadas!

Há um mundo infinito para explorar!

Todas as potencialidades
Do Sentir,
Tão intenso e extenso
Quanto o próprio Universo;
Tão sublime
E tão belo,
Quanto o nascer de todas as coisas;
Tão cruel
E fatídico,
Quanto as fímbrias de todas as tragédias gregas…

Sem fim
Aparentemente visível,
Sem fronteiras
Claramente determinadas,
Sem muros
Obviamente impeditivos
Das possíveis manipulações do Eu.

Isabel Rosete
12/05/2009

Nos mais altos cumes das agrestes montanhas
Projecto a minha voz,
Bem... ao longe,
Num eco tremendo
Que por todos os lugares
Se espalha
Sem freios,
Sem percalços.

A Liberdade do Canto
Leva-se às entranhas da Terra
Ao coração dos Céus,
Às profundezas dos Oceanos.

Assim, solto o meu Grito
De estonteante Felicidade!
O Grito saudável da Loucura,
Da Razão exacerbada,
Da Consciência absoluta
Do Ser e do Não-Ser,
Mesmo que todas as verdades sejam ,
Naturalmente,
Relativas.

Isabel Rosete
12/05/2009
Como odeio este Mundo
De sorrisos semi-cerrados
De olhares pardacentos
D escutas falsificadas
Pelo fanatismo retórico
Dos demagogos das estatísticas forjadas
Dos cínicos motes
Das aparências das aparências
Da arrogância das gentes
Snobes
Presas à enganosa cultura
Da ignorância mal-disfraçada.

Isabel Rosete
Esmago a Hipocrisia
Com um punho forte,
Qual peste negra e podre miséria
Das almas vis,
Das sanguessugas amaldiçoadas
Pela lúcida transparência,
Luminosa,
Das mentes pelo bom-senso embriagadas
Que, do Céu, recebem essa nobre missão:
- A Humanidade salvar do cadaveroso reino,
Dos olhares dissimulados e perversos,
Das falsas intenções de bondade e humanismo camuflados,
Apenas em nome da vã glória,
Do oportunismo fútil,
Barato,
Da incoerência dos raciocínios
Paradoxais;
Da maledicência das santas vozes
Que, em nome de Deus
(ou do Diabo),
Clamam a fraternidade.

Isabel Rosete

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Pensamos na morte
Em todos os momentos
Da nossa existência,
Individual e colectiva,
Mesmo
Que o façamos
Inconscientemente.

Receamos a morte,
A única certeza absoluta
De que dispomos,
Um vir a ser inevitável
Completamente irreversível.

A morte é lenta,
Até chegar
O derradeiro momento,
O instante final
Do seu incontornável
Aparecimento.

A todos
Bate à porta,
Sem aviso prévio
De recepção anunciada.

A morte?
Pois,
A morte!

Esse outro lado da Vida
Que não está iluminado,
Voltado ou virado
Para nós?

O que tememos?
Aquilo que ignoramos?

A morte!
O que é a morte?

A separação da alma e do corpo?
A passagem para um outro modo de ser?

O passaporte para uma outra Vida?
A entrada num outro estado de graça
Pleno e purificado?

Um horror?
Um Inferno?
O Nada?

Isabel Rosete

Rainer Maria Rilke - "Esperança da morte"

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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A dança impele o meu corpo
Aos movimentos,
Ainda, não des-velados,
Aos estados de alma
Ainda, ocultos,
Porque os manifesta,
Porque os torna vivos,
Numa des-coberta
Permanente
Do sentir e dos sentidos
Holisticamente conjugados.

A música embala,
Move e comove,
Numa dimensão universal,
Que corpos e almas harmoniza,
Em plena comunhão,
De um estar único.

Isabel Rosete
O meu Mar salgado
Em pérolas de Felicidade
Transformou o seu sal.

Fala-me de outros mundos
Onde reina a glória merecida
Dos nobres feitos dos Homens.

Dos aventureiros, dos sem-medo…
Daqueles que a Pátria celebram
Com dignidade.


Caminho pelas areias infinitas
Das praias desertas.
Nada se ouve!
Nada se sente!

O luar
Incandesce os meus olhos
Míopes
Perante a imensidão da linha do horizonte
Que não vislumbro mais.

A minha alma esvaiu-se
Na solidão das marés
Que vão e vêm.

Nunca se fixam
Nunca deixam os mesmos rastos
Nunca permanecem
No mesmo lugar!

Trazem um tempo outro
Anunciam outros espaços
Outras vidas
Encobertas
Pelas águas
No seu incessante peregrinar.

Isabel Rosete
Amamos a Paz dos desertos
Onde encontramos a tranquilidade.
Aí permanecemos
Nessa espécie de refúgio do Mundo
A salvo dos olhares alheios
Que nos penetram na alma;
A salvo das mãos dos outros
Que nos apontam o dedo;
A salvo das mentes incriminatórias
Que só vêem o visível;
A salvo dos espíritos perversos
Que a verdade atrofiam.

Isabel Rosete
Das Fontes
Já não jorram mais
Águas cristalinas.

Dos mares
Já não ecoam mais
Os cantos das sereias.

Das Estrelas
Já não renasce mais
O brilho duradoiro

Da Terra
Já não desponta mais
A fonte da Salvação.

Da Humanidade
Já não eclode mais
O grito do perdão.

Isabel Rosete
Despimo-nos do tédio
Enfrentamos as multidões
Dispersas
Invisíveis
Aos olhos maledicentes
Das bocas preservas.

Agoiros pronunciam
Em nome do desespero
Egoísta
Que lhes corrói a alma.

Isabel Rosete
Por entre a seiva da Vida
Corre o esgoto
Das mentes pálidas;

A podridão do horror
O enfado do tédio
A escuridão
Cega e surda
Das franjas deixadas pela inveja
E pela hipocrisia.

Isabel Rosete
Há um Espírito Errante que nos percorre!
Cobre as nossas faces des-protegidas
Invade a nossa morada
Nunca a salvo de qualquer perigo!

Isabel Rosete
Se penso no Universo
Penso
No louvor da Criação
Nas dádivas
Da Natureza
Na harmonia
Dos átomos e das moléculas
No sangue
Que em todas as veias corre
Na seiva
Que todas as almas vivifica.

Se penso no Universo
Penso
No esplendor
De todos os sons
Na beleza
Conjugada
De todas as cores
Na serenidade
Encantatória
Dos olhares apaixonados
Na marca
Singela
De cada individualidade.

Se penso no Universo
Penso
Na extraordinária beleza
Da diversidade
No suculento sumo
De todos os futuros
Ainda não apodrecidos
Na embriaguez
Da comunhão dos corpos
Na libidinal textura
Dos instintos indiscretos.

Isabel Rosete
Escrevo
Movida pela ternura de um beijo
Pela meiguice in-discreta
Do olhar dos outros.

Escrevo
Por entre os silenciosos espaços
Das palavras
Ditas e não-ditas.

Escrevo
Ao som do Grito
Universal do Pensamento
Agitado pelos interstícios da Terra
Rodopiante
Em torno do seu próprio círculo
Sempre Aberto
Sempre redondo.

Isabel Rosete
Amemos
As flores
De todas as formas
De todas as cores
De todos os cheiros.

Amemos
A ternura de todas as pétalas
Aveludadas
De doces texturas
Inigualáveis.

Amemos
O fundo gravitacional
Que tudo abriga.

Louvemos
Todos os espaços astrais
De luzes incandescentes.

Louvemos
O brilho redondo
Da infinitude do Cosmos
O som distante
Das órbitas planetárias
A informe forma
Das nuvens brancas…

Isabel Rosete
Com asas grandiosas
Se dirigem os Anjos
Para o misterioso topos da génese
Universal
Para o espaço
Intra-estelar
Dos céus co-movidos.

Vivamos
No mundo dos Anjos
Nas suas alas
Indeléveis
Que a Felicidade des-pertam.

Isabel Rosete
Celebremos
As noites de Lua cheia
Todos os equinócios
Todos os solstícios
Todas as dádivas da Terra.

Celebremos
As glórias merecidas
As batalhas vencidas
Nos verdes campos,
Aonde a morte
Não regressará jamais.

Celebremos
O Aberto
O Cantar
E o Ante-cantar
Serenamente protegido
Pela aura dos Anjos
Belos e terríveis.

Isabel Rosete