sábado, 12 de março de 2011

Olho em frente.
Vejo a miséria das crianças
Que sofrem imaculadas
Sem Pátria, sem morada.
Escuto o redemoinho libertino
Dos espíritos embriagados
Pela nudez que
Não é mais originária.

Olho em frente.
Vejo a prepotência das Nações,
As falsas intenções dos Povos
Descrentes, dissimulados,
Completamente desnorteados.
Escuto os gritos da Terra
Em desespero, esmagada pela
Ambição dos Homens sem dignidade.
Isabel Rosete

Caminhamos por todos os atalhos
Mas não sabemos onde está o Mundo.

Transpiramos por todos os poros
E as aflições da Vida não expulsamos.

Removemos um passado espinhoso
Que por vezes nos consome o espírito.

Procuramos a felicidade
Numa marcha penosa e lenta.

Sonhamos com um futuro radioso
Sem as manchas do infortúnio.

Repelimos os gritos desesperados
Dos Povos ainda enclausurados
E a liberdade não conquistámos.

Lutamos em desunião
Pela paz perpétua
Mas a guerra não aplacamos.

Isabel Rosete



segunda-feira, 7 de março de 2011

Dia Internacional da Mulher,
Por Isabel Rosete

Tu és, Mulher,
Uma dádiva da Natureza,
O genuíno lugar da Criação
Porque em ti carregas
As sementes da renovação.

Em ti recolhes o gérmen de outras Vidas
No Mundo lançadas como um dom celestial
Sempre esperado, sempre desejado,
Mas, nunca esgotado.

O teu ventre, ó Mulher,
É sagrado, fonte jorrante de Vida,
Nascente cristalina da existência inocente
Que em cada embrião eternizas.

Os teus seios são símbolos
Do alimento divino,
Sinais da seiva sagrada
Que corpos e almas fortifica
Na formosura da Primavera
Renascida em cada favo de mel,
Em cada botão que ao mundo se abre,
Em cada borboleta que esvoaça
Por entre todas as cores.

Os ciclos da Vida multiplicas,
Ó Mulher, em doce ou vã alegria.
A sucessão das gerações
Asseguras sempre cheia de Graça,
Sempre prenhe de fertilidade.

Em ti acolhes todas as sementes,
Frutos e rebentos,
Com a verdadeira pureza
Do renascimento infinito
De novas Idades.

Isabel Rosete