domingo, 11 de agosto de 2013

O Ser torna-se leve,
Apesar do peso do Mundo;
O Amor assoma,
Em toda a sua nudez originária;
O Prazer dá-se,
Assim, sem mais.
Isabel Rosete
"TOQUE EXTASIADO"
Por IR (semi-heterónimo de Isabel Rosete)

«O teu corpo é singular na majestade
Do seu cheiro e do seu sabor.
Assim te ama o meu corpo
Na virgindade de cada vez que o tocas.

Ah, esse toque tão extasiado
Que me faz reencontrar a Paz que eleva o Amor,
Para além das horas;
A Tranquilidade que afasta o Medo e a Dor,
Para além dos dias;
Os campos de acácias silvestres,
Para além das noites!

Ah, esse toque tão extasiado
Que traz a Placidez e
Aqueles Amores-Perfeitos em canteiros renascidos
No nosso Jardim roxo de cheiro a girassóis,
Onde Van Gogh pintou os lírios e os ciprestes
Que tocam os céus, em pinceladas pastosas,
E fez surgir o silêncio do amarelo-cobre do Sol indefinido!»

IR

O que encontram neste Blogue:

Algumas das minhas Poesias e dos meus Pensamentos - em olhares, sentire(s) e escutas permanentes - que brotam em mim das minhas vivências quotidianas, quiçá comuns a muitos de vós.
Aqui não há ficções! Apenas realidade(s)!
A minha escrita é puramente existencialista!
Sem uma reflexão adequada sobre as coisas, desde as mais simples às mais complexas (que integram a Vida e as nossas vidas), jamais poderão existir acções éticas, dignas de serem realizadas!
O Pensamento deve estar sempre presente antes, no momento e depois da acção!
Eis algumas das minhas certezas absolutas!
Isabel Rosete



DA POESIA, DO POETA E DA OBRA, por Isabel Rosete

«Sempre que um Poeta nos dá a conhecer a sua obra, é a Poesia e a sua poesia que se torna a protagonista no palco onde a ouvimos e se expõe. Afinal, a obra fica para além do seu autor e, neste sentido, ultrapassa-o, mesmo que ninguém a leia.
A obra clama pela eternidade que contrasta com a efemeridade física da pena que a lavrou no auge de um momento de glória, com o punho erguido pela seiva que a vivifica e torna animada, coisa viva, por entre o suor ou as lágrimas, nem sempre de alegria, nem sempre de dor.
É por esta via de protesto da luta do tempo com o Tempo, que se imortaliza o nome da mão e do pensamento que a ergueu, porque nela deixou o seu sangue, que é o seu espírito impregnado em cada palavra dita ou não dita, a sua identidade irredutível, nunca substituível por nenhum outro, mesmo que o Poeta não saiba o que sobre si mesmo dizem os seus versos.
O tempo do Poeta, sempre o nosso tempo, é o da Sociedade em que está inserido, o da Cultura que a move ou desvirtua. O tempo do Poeta é o tempo recente e presente que não se perde na vertiginosa passagem dos séculos que lhe sucederam ou que lhe sucederão.
O tempo do Poeta é o hoje que, do outrora, se projecta num futuro a desenhar, uma vez que é à visão do seu quotidiano, igualmente o nosso, que vai buscar a inspiração facilitadora da conquista da atenção dos seus ouvintes, dos seus leitores, até mesmo dos seus seguidores, discípulos, presentes ou vindouros. Esta tese é simples de demonstrar: é a Poesia que fala em nós, e não nós que falamos por ela; é a Poesia que nos interpela, e não nós que a interpelamos.
A Poesia, como qualquer outra forma da Arte se dar, é, genuinamente, fruto da imaginação criadora e, portanto, possui uma autonomia própria que a torna independente do seu autor, sem jamais o esquecer, e dos seus leitores que, a limite, dela tomam posse no sentido físico, espiritual e emotivo do seu ser obra, destinada a todo o tipo de interpretações.»
Isabel Rosete