quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Ai, se o vento me levasse
Na orla infinda das marés
Que ainda me salpicam!

Ai, se o vento me levasse
No espasmo matinal
Do cheiro eterno das flores!

Aí permaneceria, cândida, pura…
No seio de uma alegria sem fim
Que me acalentaria a alma.

Já não choraria mais
A criança que não fui
Ou a infância que não tive.

Voltaria a brincar com os infantes.
E, finalmente, sorria
Na transparência de um desejo inocente.

Isabel Rosete,
03/12/2009

SOMETHING: STENDHAL [Henri-Marie Beyle] - (1783-1842)

SOMETHING: STENDHAL [Henri-Marie Beyle] - (1783-1842)

domingo, 29 de novembro de 2009

Um livro
De sons
E de silêncios
Estou a tentar escrever
Com a doçura das manhãs claras
Dos raios de sol
Que iluminam a minha mente
Num rasgo de luz
E transparência.

Torna-se tudo tão claro
E tão obscuro!

Um imenso universo de letras
Me espera
Em qualquer Mundo possível!

Vogais e consoantes
Se interpenetram
Sem fim
No seio do Mistério
De todos os enigmas.

Emerge o suposto
O especulativo
Do prazer do texto
Onde impera o não-dito.

Nada se decifra
No labirinto
Dos caminhos que não mais
Se bifurcam!

Pelas ruínas circulares
Vagueio
À procura do Minotauro
Tão longe e tão perto
Do ainda não perceptível.

E o livro
Ainda não foi escrito!

Isabel Rosete
28/11/2009