sábado, 2 de julho de 2011


No espaço concêntrico do puro fluir

Dos corpos, caminhamos nos rastos

Da Memória, nos rastos dos trilhos

Sem idade por entre os longos atalhos

Dos bosques desconhecidos, onde nos

Perdemos do destino do cosmos.



O Tempo descongela-se.

A idade já não tem idade.

Tudo se presentifica ad eternum

Num infinito recife de recordações

Ainda por desvelar.



A Memória do Tempo é o próprio Tempo

Na sua Eternidade, pela reconstrução dos

Fragmentos outrora avulsos, pela unificação

Dos segmentos do Ser que ficaram por

Conectar, pela re-colecção dos des-contextos,

Em aparência, des-contextualizados.



IR, 12/08/2010


Se queres que te ame, volta no ermo da

Noite calada e preenche-me de prazer.

Já não quero mais choro, nem lágrimas.

Que venha a alegria e a felicidade

Que me cortam o pranto daquelas noites

Violentas que me rasgam no desespero da

Solidão intolerável.



Espero pelo amanhecer guiada pela tua mão

Colocada sob o meu peito, que sempre afaga

As amarguras da minha alma.



O Sol volta a brilhar.

O meu rosto deixou aquela palidez mortiça

E os meus olhos tornaram-se mais claros.



IR, 15/02/2011