sábado, 11 de abril de 2009

A Solidão
Percorre as almas desertas,
E,
Sorve a Esperança
De um outro re-nascer,
Sempre re-novado.
Extingue a fantasia,
E,
O sonho de outras idades.

Anuncia a morte
De um ser re-vigorado.
Corrói as entranhas da Vida,
Até ao liminar da Morte,
E,
Da Eternidade.

Desperta o vazio da Ex-istência,
Em torno da sua efemeridade.
Consolida a massa compacta
Dos espíritos amortecidos,
E,
Des-animados.

Dissipa a luz
De um novo horizonte,
E,
Definha cada ser,
No seu pedaço de Nada.

Isabel Rosete
Advém o turbilhão dos sentidos,
Dos desejos e dos quereres,
Dos seres e dos estares,
Inquietantes,
Alarmantes,
Libinidalmente disseminados.

Uma ansiedade,
Desmedida,
Percorre a minha alma.
Um desassossego,
Insuportável,
Remove-me as vísceras.

O alvoroço,
Perpetua-se.
A impulsividade,
Eterniza-se.
O sobressalto,
Esmaga-me.

Des-constroem-se,
Todos os pedaços de mim.
Sobrevivem, apenas, fragmentos,
Parcelas,
Indistintas,
Em pleno estado de com-bustão,
Acelerada.

Subsistem,
Peças soltas,
Difusas,
Em des-ordem,
Em com-fusão,
Em dis-persão…

Isabel Rosete
A magia da música
Eleva-me a alma,
Exalta-me os sentidos,
Dobra-me o corpo,
Em mil retalhos,
Espalhados,
Despedaçados…
Por todos os lugares;

Excita-me os músculos,
Incita-os ao movimento,
Ritmado e
Desordenado e
Desconexo e
Conjugado e
Conjunturado…
De cada melodia.

A magia da música
Celebra a embriaguez,
Catártica,
De todos os cânticos
De Nascimento e de Morte.

A magia da música
Tudo transforma,
Faz mover,
Vibrar,
Sonhar…
Penetra em todos os espaços,
Ultrapassa o Tempo,
E o limiar da Eternidade…

Isabel Rosete