segunda-feira, 5 de agosto de 2013


"CAMINHOS PARALELOS", por IR

"Entre-Vejo, ao longe,
A invisibilidade dos seres
Encerrados no seu próprio casulo,
Emaranhados nas mais finas teias
Da esmagadora infinitude.

Ante-Escuto, além,
Os passos dos caminhantes
Doces e leves, peregrinos
Em todos os caminhos paralelos
Que a tragicidade existencial replicam.

Entre-Vivo, de perto,
O Universo insólito e ex-traordinário
De um mundo sonhado
Em momentos de vigília consciente
Que da realidade terrena
Se afasta pela vil miséria dos Homens.

Ergo-me, então, para os límpidos céus,
Para a harmonia musical das divinas
Esferas de nuvens brancas,
Despojadas da abominável Hipocrisia.

Afasto-me da crueldade dos Homens.
Paira a simplicidade do cosmos
Dos Anjos, Guardiões dos espíritos apoquentados,
Auditores dos pensamentos inconscientes,
Mensageiros dos insondáveis segredos
Das mentes abnegadas e manipuladas."

IR (semi-heterónimo de Isabel Rosete)