sábado, 5 de novembro de 2016

A “LISTA DE SCHINDLER” (Às vitimas do Holocausto), por Isabel Rosete

Pátrias desoladas pelos horrores da Guerra.
Corpos despedaçados cobrem a Terra
Com um manto vermelho.
O sangue tinge, de vermelho e roxo,
As cinzas concentradas
Nos montes nauseabundos do Holocausto
Deixadas por aqueles que se foram, em inocência,
À força de uma sorte impiedosa, e não mais voltaram.
Almas ultrajadas vagueiam
Por este Universo incógnito da ascensão Mal enraizado,
Do fazer-violência como o traço central da Humanidade.

Uma criança chora, a preto e branco;
Outra soluça, a cores, de olhos esbugalhados
Perante o Horror que lhe massacra a mente,
Ao mesmo tempo que se esconde dos Homens
De fardas cinzentas, que correm,
De arma em punho, para todos os lugares,
Pelo sórdido prazer da morte espalhada.
Já não têm Fé! Já não têm Paz!
Já não têm Amor! Já não têm Esperança!
Já não sabem que são humanos!
Movem-se como se fossem autómatos.
Tornam-se meras máquinas
Programadas para matar, indiscriminadamente,
De olhos vendados,
De ouvidos moucos por tanta bala disparada.
A Guerra torna-se um vício, um hábito arraigado,
Uma obsessão Narcótica, qual nicotina, qual heroína,
Cuja ausência desatina e desatina.
Já não há mais um Lar habitável
Para além deste cenário
De todas as desgraças,
De todas as misérias
Da “Lista” que salvou alguns
Marcados para matar, como banais números,
Não-Pessoas, Não-vidas.
Restam as trincheiras, os campos de batalha,
Aonde a morte de uns é a vida de outros,
Aonde o sacrifício de uns é a glória de outros.
Violência e mais violência,
Atrocidades e mais atrocidades
Movem este ciclo completamente vicioso.
A agressividade perpétua marca os espíritos robotizados
Dos fazedores-de-Guerra, sempre em Guerra.
- “Fazer Guerra para alcançar a Paz” -
Dizem os mentores dos pseudo-projectos
De salvação da Humanidade.
Ah, que grande ironia! Mas, que tremenda ironia!
Ah, que aterradora hipocrisia destas mentes Insanas
Que já não têm Espírito, Alma, ou seja lá o que for!
São o Vazio-do-Sentir! São um Nada-de-ser!
A Guerra é o chamamento sem fim
Das mentes desejosas de expulsar a agressividade
Durante anos contida, a violência sempre reprimida,
Recalcada pelo convencional, pelo instituído,
Pelo dito politicamente correcto,
Nem sempre com fundamento válido ou visível.
Ah, como queria ser Deus, O Todo-Poderoso,
- Esse Deus que tudo pode -
Para aniquilar essa face negra do coração dos Homens!
Isabel Rosete

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