sexta-feira, 22 de julho de 2011

Pensar um mundo que não é meu?

Porquê? Para quê?


Interrogações existenciais corem,

Em cadeia, por este meu espírito

Em constante fluir.


Não sossega perante nada,

Nem ninguém,

Nem mesmo quando os olhos

Se semi-cerram,

Obrigando-o a adormecer.


Sempre observador, nada lhe escapa.

Tudo o move ao permanente estado de Questionação, de Dúvida –

Por vezes, céptica, por vezes, metódica –,

De crítica, de meditação quase ininterrupta.


Nunca se acomoda, este meu pensamento.

Vive em rebeldia perene.

Jamais está satisfeito,

Nunca entra em estado de serenidade,

Mesmo que a quietude nele assome,

Durante escassos instantes.


Não pára!

Não pára!

Não se acomoda!

Não se acomoda!


Vê sempre um “porquê”

Na transparência das coisas opacas,

Desde as mais simples e singelas

Até às mais complexas,

Conflituosas ou dilemáticas.

IR

"O Pensamento", por Isabel Rosete


O Pensamento é a mais preciosa lente

De observação do Mundo.

Em si mesmo, todos os pormenores pode acolher,

Des-construir, editar e re-editar.

Dentro de si, todas as essências pode abrigar.

Sem limites, navega o meu pensamento

Sempre na ânsia de percorrer

Todos os mundos possíveis,

Determinado por um sentido universal

E universalizante. Quer abarcar o Todo,

Sem deixar nada de fora.

Aos insondáveis mistérios se dirige

Com uma curiosidade infinita.

Os segredos do Universo quer desvendar,

Não para o manipular,

Mas para o salvaguardar da originariedade

Que ainda lhe resta.

Tudo dentro de mim. Nada fora de mim.

Eis o lema que, sempre, me persegue.

É megalómano? Quiçá!

Porém, não se desfaz na quebra das ondas,

Nem na alternância das marés.

Permanece, aí, convicto da sua missão:

Observar e dizer o Mundo, ritmicamente,

Sem má fé, sem pré-conceitos.

Com racionalidade, Espírito Crítico,

Sensatez e originalidade.

Isabel Rosete