quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Contradições...


Só quero dormir
Descansar os olhos
Da vasta podridão do Mundo…

Paira o horror
O terror
O egoísmo
O egocentrismo…

O tédio
O enfado
De uma existência animal
Libidinal
Instintiva
Desmesuradamente competitiva
De animais castradores…

Quem vence não é o melhor
Mas o que parece mais apto
Para aquela função
Forjada por compadrio…

É a hipocrisia camuflada
Dita todas as regras
As do Ser e as do Não-Ser
As do parecer-ser
As do cheio e as do vazio…

E, ainda, falam de Ética…!

Mas que Ética
Se não estão mais presentes
No cerne da nossa existência
Individual e colectiva
Os deveres para com o outro
E os deveres para consigo mesmo?

O falso
Permanece
Nas relações humanas
Repletas
De vãs e ilusórias aparências
Aí plantadas
No domínio do sensorial
No domínio do meramente perceptível…

De olhos míopes
Somos incapazes de ver
Para além do visível…

De ouvidos moucos
Inábeis nos tornamos
Para escutar os ultra-sons…

Com paladares invertidos
Inaptos estamos
Para saborear
O amargo e o doce
Como instantes existenciais
Simultâneos
De um mesmo ser…

De olhos e orelhas cerradas
Vagueamos
Tacteando…

Procuramos todos os lugares
Nada nos satisfaz…

Nada fixamos como seguro
A instabilidade corrói-nos…

Mesmo assim
Ainda somos capazes de rir
Embora já não saibamos mais
O que é um sorriso…

Caminhamos entre as multidões
Desordenados e atónitos
Completamente perdidos
De nós
Dos outros
Do Mundo…

Somos nós e todos os outros
Mas não somos Nada
Nem ninguém...

Permanecemos no glaciar da incógnita…

Isabel Rosete
09/05/2007

5h 50m
23/01/08

Só Quero Dormir


Só quero dormir
Descansar os olhos
Da vasta podridão do Mundo…

Paira o horror
O terror
O egoísmo
O egocentrismo…

O tédio
O enfado
De uma existência animal
Libidinal
Instintiva
Desmesuradamente competitiva
De animais castradores…

Quem vence não é o melhor
Mas o que parece mais apto
Para aquela função
Forjada por compadrio…

É a hipocrisia camuflada
Dita todas as regras
As do Ser e as do Não-Ser
As do parecer-ser
As do cheio e as do vazio…

E, ainda, falam de Ética…!

Mas que Ética
Se não estão mais presentes
No cerne da nossa existência
Individual e colectiva
Os deveres para com o outro
E os deveres para consigo mesmo?

O falso
Permanece
Nas relações humanas
Repletas
De vãs e ilusórias aparências
Aí plantadas
No domínio do sensorial
No domínio do meramente perceptível…

De olhos míopes
Somos incapazes de ver
Para além do visível…

De ouvidos moucos
Inábeis nos tornamos
Para escutar os ultra-sons…

Com paladares invertidos
Inaptos estamos
Para saborear
O amargo e o doce
Como instantes existenciais
Simultâneos
De um mesmo ser…

De olhos e orelhas cerradas
Vagueamos
Tacteando…

Procuramos todos os lugares
Nada nos satisfaz…

Nada fixamos como seguro
A instabilidade corrói-nos…

Mesmo assim
Ainda somos capazes de rir
Embora já não saibamos mais
O que é um sorriso…

Caminhamos entre as multidões
Desordenados e atónitos
Completamente perdidos
De nós
Dos outros
Do Mundo…

Somos nós e todos os outros
Mas não somos Nada
Nem ninguém...

Permanecemos no glaciar da incógnita…

Isabel Rosete
09/05/2007

5h 50m
23/01/08

Odeio a Hipocrisia...


Odeio
O Mundo na sua prepotência
Os estados totalitários
Tirânicos
Opressores dos oprimidos…

A má fé
Os sorrisos abertos
Dissimulados
Que aniquilam os outros…

As gentes
Que não sabem distinguir
A realidade da aparência
A sombra do arquétipo
A cópia do modelo…

As mentes transviadas
Eternamente extraviadas
Em pleno caos intelectual
Em permanente desvario
Mergulhadas em espaços quadrados
Onde as ideias
Permanecem inflexíveis…

Odeio
As pretensas acções morais
De todos os Narcisos
Que não sabem ser Eco…

A Humanidade
Pela ausência de solidariedade
Para com as causas mais nobres
Mas menos visíveis…

A propaganda enganosa
Que fez da caridade
Um verdadeiro momento de glória…

Odeio…
Odeio…

Odeio tanta coisa…
Neste Mundo que age
Inconscientemente
Em nome de vã glória…

Isabel Rosete
9/06/2007
5.50h
08/01/08

Uma Espécie de Sossego Musical


Uma espécie de sossego musical
Desponta
Numa alma
Sempre aberta
A todos os Renascimentos

Sempre disposta
A partilhar
Com a alteridade
Os mais preciosos frutos
De cada amanhecer

Isabel Rosete
08/03/99

Olhos Azuis


Olhos azuis
Cintilam na brancura rosada
De uma face ainda imaculada

São pedras preciosas
Inscritas no alvor da pureza
De uma alma tão grande
Capaz de se dar ao esplendor do Universo

Nos seus finos lábios
Sempre se rasga um sorriso luminoso
Tão incandescente
Quanto a mais bela das estrelas
Deste céu que ainda nos cobre

Que doçura inspira nos que a olham
Na sua inocência de menina
Tão pura
Tão leve…

O mais ténue sopro
Pode arrastar
O seu espírito
Até às profundezas da Terra

Sabe amar como ninguém…

Esses lindos olhos azuis
Fazem transparecer
O amor verdadeiro
Em cada lento
E terno pestanejar

Azul do céu
Azul do mar
Azul da Lua…

Azul
Que reflecte
Um singelo ser
Transparente...

Uma dádiva divina
A infinitude do Ser
Do estar
Do amar
Que lhe é próprio

Azul dos espaços siderais
Azul do infinito
Do ilimitado
De todos os horizontes

Azul de todos os desejos
De todos os instintos
De todas as pulsões

Azul de todos os amores
Da esperança
Do olhar fixo e profundo
Que tudo olha e sempre vê.

Isabel Rosete
9/1/01
03/7/07
(Escrito para a Diana)