Caminho pelas areias infindas
Das praias abandonadas.
Nada se ouve!
Nada se sente!
O luar
Incandesce os meus olhos,
Míopes,
Perante a imensidão da linha do horizonte,
Que não vislumbro mais.
A minha alma esvade-se
Na solidão das marés,
Que vão-e-vêm,
Ora cheias,
Ora vazias.
Nunca se fixam,
Nunca deixam os mesmos rastos,
Nunca permanecem
No mesmo lugar.
Trazem um tempo outro,
Anunciam outras àguas,
Outras vidas,
En-cobertas
No trubilhão das ondas,
Inquietas,
No seu incessante peregrinar.
Isabel Rosete
O meu pensamento dita e as minhas mãos escrevem-no na transparência de cada palavra, na lucidez minuciosa de cada sílaba, na singela pureza de cada vogal, na sinceridade de cada consoante. Isabel Rosete
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Um Heidegger
Expressões silentes,
Sobranceiras,
Marcadas por um misto
De espanto
E de inquietação.
Olhos que fitam o infinito
Perante a imensidão
Dos caminhos do campo,
Ainda longe das mãos,
Destruidoras,
Dos Homens sem Razão.
Expressões carregadas
De solidão,
Face à desertificação da Terra,
Que sempre nos lança
O seu des-esperado grito de alerta.
Pés que pisam o chão,
Como uma bênção,
Enquanto a serena musicalidade atmosférica
Invade um espírito expectante,
Que o Ser sempre escuta…
Isabel Rosete
Expressões silentes,
Sobranceiras,
Marcadas por um misto
De espanto
E de inquietação.
Olhos que fitam o infinito
Perante a imensidão
Dos caminhos do campo,
Ainda longe das mãos,
Destruidoras,
Dos Homens sem Razão.
Expressões carregadas
De solidão,
Face à desertificação da Terra,
Que sempre nos lança
O seu des-esperado grito de alerta.
Pés que pisam o chão,
Como uma bênção,
Enquanto a serena musicalidade atmosférica
Invade um espírito expectante,
Que o Ser sempre escuta…
Isabel Rosete
Perdões,
Mil perdões
Por todos os des-amores,
Por todos os des-acordos,
Por todos os des-encontros,
Por todas as contorvércias…
Enfim,
Por todas as infelicidades
E infortúnios.
Não sou perfeita!
Não, não sou perfeita!
E disso não tenho dúvida!
Aqui estou e caminho,
Apenas como um outro ser humano qualquer,
Por entre montes e vales,
Silvas e abetos,
Por vezes secos e agrestes,
Por vezes verdejantes
E suculentos.
Nem sempre a seiva fresca
E imaculada
Me corre nas veias,
Já esvaziadas pelo sofrimento,
Atroz,
Que os males do corpo fortalece,
Em grande agonia.
Nem sempre a Luz me ilumina a Alma,
Quando, enferma, se arrasta
Pelas maleitas da matéria,
Impura.
Isabel Rosete
Mil perdões
Por todos os des-amores,
Por todos os des-acordos,
Por todos os des-encontros,
Por todas as contorvércias…
Enfim,
Por todas as infelicidades
E infortúnios.
Não sou perfeita!
Não, não sou perfeita!
E disso não tenho dúvida!
Aqui estou e caminho,
Apenas como um outro ser humano qualquer,
Por entre montes e vales,
Silvas e abetos,
Por vezes secos e agrestes,
Por vezes verdejantes
E suculentos.
Nem sempre a seiva fresca
E imaculada
Me corre nas veias,
Já esvaziadas pelo sofrimento,
Atroz,
Que os males do corpo fortalece,
Em grande agonia.
Nem sempre a Luz me ilumina a Alma,
Quando, enferma, se arrasta
Pelas maleitas da matéria,
Impura.
Isabel Rosete
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