sexta-feira, 5 de outubro de 2012



"TREVAS DA IGNORÂNCIA", por Isabel Rosete

"Mais um dia de Sol resplandece
Por entre as límpidas águas
- Deste mar onde lavo as minhas mãos,
Que agora escrevem no alvor da Criação -
Tão puras, tão instáveis, tão revoltosas...

Tão movediças e inquietantes quanto o próprio Homem.

Ah, mas..., já não há Sol a iluminar as mentes tenebrosas
Há muito minadas pelas trevas da Ignorância,
Esse estado próprio do pensamento vazio!

Ah, mas..., já não há Sol a entrar pelas vidraças
Húmidas e tristes das casas cinzentas
Votadas ao abandono pela (des)habitação do Humano!

Ah, mas..., já não há Sol a acalentar os corações jazidos
Pelo ódio ainda não arrefecido,
Pela vingança irreflectida dos espíritos acobardados!"

Isabel Rosete

3 comentários:

Dulce disse...

Ah, mas... adorei a sua poesia, Isabel!
Um trilho muito bem definido para levar o leitor à última linha.
Parabéns!

Nilson Barcelli disse...

Já não há sol, mas temos que varrer estas nuvens teimosas que não nos largam...
Magnífico poema. Gostei imenso.
Um beijo, Isabel Rosete.

A. Silva disse...

O Poema está lá...Quase escondido, como que não-revelado. Cheio de mensagem...quase, que sub-expressa, por detrás de algo. Expressa uma realidade-verdade: ao ser humano o Sol, o raio de LUZ, como que se nega ao humano...Será que o humano, merecerá, esse SOL, SOL-LUZ?...
Este Poema faz meditar! O ser humano está lá..., lá longe numa quase escuridão, Saberá se está?...Onde está?