O salpico doce
Das gotas salgadas,
Desperta-me
Para os segredos da Criação,
Para o devir contínuo
Da marcha do Mundo,
Sem intervalos,
Sem pausas.
O farol que o mar torna visível,
Anuncia: “terra-à-vista”!
Sempre ilumina a minha alma,
Todas as almas,
Em todas as direcções
De onde os barcos
Partem e regressam,
Na saudade amarga
Daqueles que se separam
Pela luta do pão e da vida.
IR
O meu pensamento dita e as minhas mãos escrevem-no na transparência de cada palavra, na lucidez minuciosa de cada sílaba, na singela pureza de cada vogal, na sinceridade de cada consoante. Isabel Rosete
sábado, 27 de novembro de 2010
Tão vil é
Este mundo onde sobrevivemos
Comandados pelo compadrio;
Tão ignóbil é
Este mundo por onde vagueamos
Movidos pelo oportunismo;
Tão des-crente é
Este mundo onde não mais habitamos,
Perseguidos por uma glória que não existe;
Tão insano é
Este mundo onde não temos mais lugar,
Tiranizado pela discriminação;
Tão fútil é
Este mundo onde vacilamos,
Esquartejados pelas sombras das essências.
IR
Este mundo onde sobrevivemos
Comandados pelo compadrio;
Tão ignóbil é
Este mundo por onde vagueamos
Movidos pelo oportunismo;
Tão des-crente é
Este mundo onde não mais habitamos,
Perseguidos por uma glória que não existe;
Tão insano é
Este mundo onde não temos mais lugar,
Tiranizado pela discriminação;
Tão fútil é
Este mundo onde vacilamos,
Esquartejados pelas sombras das essências.
IR
Meros farrapos
Nos tornámos,
Nós, os pretensos
Arautos da Razão.
Razão?
O que é a Razão?
Não sabeis, pois não?
A palavra degenerou-se,
Gastou-se,
Transmutou-se para um outro,
Que jamais é o outro de si mesmo.
Continuamos a carregar este rótulo,
O de sermos racionais,
Cada vez mais vazio,
Cada vez mais insano!
Não é a Justiça que nos move,
Não é o Bom-Senso que nos determina,
Não é a Ética que nos rege!
O que nos alimenta
Ou des-nutre,
Sobe o nome da “Razão”?
A Demagogia e a Retórica,
Abastardadas;
O poder e a ambição,
Des-medidas;
A intolerância e a discriminação,
Arrogante,
Sem fundamento plausível.
É nisto, Homem,
Movido pelas escaldantes farpas do Demo,
Que te transformas-te
Por conta própria?
IR
Nos tornámos,
Nós, os pretensos
Arautos da Razão.
Razão?
O que é a Razão?
Não sabeis, pois não?
A palavra degenerou-se,
Gastou-se,
Transmutou-se para um outro,
Que jamais é o outro de si mesmo.
Continuamos a carregar este rótulo,
O de sermos racionais,
Cada vez mais vazio,
Cada vez mais insano!
Não é a Justiça que nos move,
Não é o Bom-Senso que nos determina,
Não é a Ética que nos rege!
O que nos alimenta
Ou des-nutre,
Sobe o nome da “Razão”?
A Demagogia e a Retórica,
Abastardadas;
O poder e a ambição,
Des-medidas;
A intolerância e a discriminação,
Arrogante,
Sem fundamento plausível.
É nisto, Homem,
Movido pelas escaldantes farpas do Demo,
Que te transformas-te
Por conta própria?
IR
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Caminho pelas areias infinitas
Das praias desertas.
Nada se ouve.
Nada se sente.
O luar
Incandesce os meus olhos,
Míopes,
Perante a imensidão da linha do horizonte
Que não vislumbro mais
A minha alma esvaiu-se
Na solidão das marés,
Que vão e vêm,
Nunca se fixam
Nunca deixam os mesmos rastos,
Nunca permanecem
No mesmo lugar.
Trazem um tempo outro,
Anunciam outros espaços,
Outras vidas,
Encobertas
Pelas águas,
No seu incessante peregrinar.
IR
Das praias desertas.
Nada se ouve.
Nada se sente.
O luar
Incandesce os meus olhos,
Míopes,
Perante a imensidão da linha do horizonte
Que não vislumbro mais
A minha alma esvaiu-se
Na solidão das marés,
Que vão e vêm,
Nunca se fixam
Nunca deixam os mesmos rastos,
Nunca permanecem
No mesmo lugar.
Trazem um tempo outro,
Anunciam outros espaços,
Outras vidas,
Encobertas
Pelas águas,
No seu incessante peregrinar.
IR
Amamos a Paz dos desertos
Onde encontramos a tranquilidade.
Aí permanecemos,
Nessa espécie de refúgio do Mundo,
A salvo dos olhares alheios
Que nos penetram na alma,
A salvo das mãos dos outros
Que nos apontam o dedo,
A salvo das mentes incriminatórias
Que só vêem o visível,
A salvo dos espíritos perversos
Que a verdade atrofiam.
Isabel Roste
Onde encontramos a tranquilidade.
Aí permanecemos,
Nessa espécie de refúgio do Mundo,
A salvo dos olhares alheios
Que nos penetram na alma,
A salvo das mãos dos outros
Que nos apontam o dedo,
A salvo das mentes incriminatórias
Que só vêem o visível,
A salvo dos espíritos perversos
Que a verdade atrofiam.
Isabel Roste
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