quinta-feira, 14 de junho de 2007

Amar é o Desespero de um Coração Carente


Amar…
É o desespero
De um coração carente
À procura da outra metade
Que o complete…

Somos incapazes
De nos completar…

Precisamos sempre de um outro
De qualquer outro
Que procuramos em nós…

Essa terrível e eterna
Dependência do outro
Que não conseguimos
Encontrar em nós …

Que desgraça
A do coração humano
Sempre em falta…

Irremediavelmente só
Despedaçado
Desesperado…

Lamenta
Lamenta-se…

Exclama
Proclama…

Não sabe estar só
Dialogar consigo…

Encontra
No seu âmago
O vazio
Do seu próprio preenchimento…

Amar…
É coisa dos homens
Entes solitários
Incapazes de percepcionar
A solidão como outra forma de amar…

E isso não basta
A estas criaturas errantes?

Não
Não basta…
Nada basta…

Há sempre um mais
Um depois
Que aflora…

Em todos os pensamentos
Translúcidos…

Recônditos
Inconscientes….

Isabel Rosete
09/05/07
15/01/08

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