sábado, 27 de setembro de 2008

Primavera (s)

Cruzam-se os olhares,
Na paz perpétua
De um saudoso beijo.

Não há mais revolta.
Paira a serenidade,
A tranquilidade intranquila
De todos os desejos.

Tudo se move,
No seu ritmo certo,
Absolutamente certo.

O desfiladeiro,
Não apavora mais
Os olhares inquietos.

O mar,
Enrola-se na areia,
Ao som do canto das sereias.

Na paz dos Anjos,
Se acalentam as tempestades,
Fatigadas,
Do seu peregrinar.

Os segredos
Da vida e da morte,
Já não se ocultam mais.

Os corações despertos,
Estão aí,
Preparados para todos os re-começos.

Eleva-se,
A singela nudez
Dos corpos em comunhão,

A pura leveza
Dos olhares,
Que já não são pálidos,

O riso das crianças,
De olhos claros,
Que a alegria espalham
Por todos os lugares.

A Paz
Torna-se visível,
Perceptível,
Até para os vistos míopes.

O Amor permanece,
No seu devido lugar,
Mesmo que incerto.

A Felicidade regressa,
A todas as almas,
Outrora despedaçadas.

Cantamos,
Sem dor,
Todas as dores.
E o sofrimento torna-se leve.


Isabel Rosete
12/03/08

4 comentários:

gisela disse...

adorei o teu poema é muito lindo,passa no meu blog espero que gostes dos meus poemas tb. www.ospoemasdagi.blogspot.com

Anónimo disse...

tenho lido rilke e lembrado de você, duíno.
apenas isso.
surja!
b

Anónimo disse...

As tuas palavras dobram as esquinas de uma solidão inominada... Buscas a Paz e pactuas laços de eternidade com o Amor, mesmo que sejam laços entrelaçados ou quebrados... Valem as palavras na alma de dizer o que a relatividade humana permite...
Na morada dos sonhos e encantamentos, escondem-se tormentos sem hora marcada...
Queria encontrar nas tuas palavras a harmonia para Amor, Paz, Esperança, Sofrimento e Morte, como se tudo fosse uma e a mesma coisa coexistindo em dimensões paralelas...

Isabel, a Beleza das tuas palavras são um compromisso delicado entre a vida e a morte...

Um Abraço

Carlos

virgínia além mar floresta vicamf / disse...

..O Amor permanece,
No seu devido lugar,
Mesmo que incerto.

A Felicidade regressa,
A todas as almas,
Outrora despedaçadas.

Cantamos,
Sem dor,
Todas as dores.
E o sofrimento torna-se leve....Isabel Rosete
12/03/08 in Poema PRIMAVERA

magníficos este versos , parabéns Poeta manamiga querida Isabel,
teu blog é uma referência neste mar internautico, abraços afetuosos, virgínia além mar .
et- espero tua contribuições para o Caal de Filosofia do Ecos ,