Primavera (s)
Cruzam-se os olhares,
Na paz perpétua
De um saudoso beijo.
Não há mais revolta.
Paira a serenidade,
A tranquilidade intranquila
De todos os desejos.
Tudo se move,
No seu ritmo certo,
Absolutamente certo.
O desfiladeiro,
Não apavora mais
Os olhares inquietos.
O mar,
Enrola-se na areia,
Ao som do canto das sereias.
Na paz dos Anjos,
Se acalentam as tempestades,
Fatigadas,
Do seu peregrinar.
Os segredos
Da vida e da morte,
Já não se ocultam mais.
Os corações despertos,
Estão aí,
Preparados para todos os re-começos.
Eleva-se,
A singela nudez
Dos corpos em comunhão,
A pura leveza
Dos olhares,
Que já não são pálidos,
O riso das crianças,
De olhos claros,
Que a alegria espalham
Por todos os lugares.
A Paz
Torna-se visível,
Perceptível,
Até para os vistos míopes.
O Amor permanece,
No seu devido lugar,
Mesmo que incerto.
A Felicidade regressa,
A todas as almas,
Outrora despedaçadas.
Cantamos,
Sem dor,
Todas as dores.
E o sofrimento torna-se leve.
Isabel Rosete
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