Estou farta, literalmente farta,
Das instituições forjadas por compadrio,
Dos convénios adulterados pelos mentores
Da suposta serenidade e solidariedade social que
Convém manter patente sob a mais camuflada
Das mentiras, mesmo que
Na presença da sua indigência, mesmo que
Na presença do seu lamentável infortúnio,
Apenas visível para poucos, escassos,
Espíritos ainda não moribundos.
Será que não percebeis que isso do SOCIAL
É uma mera fraude, uma farsa intencionalmente
Estabelecida em nome do que convém ser
Estereotipado, apenas por alguns, para consumo
Inconsciente ou silenciosamente consciente
De todos os outros, bodes expiatórios de todas
As farsas do suposto Direito, da suposta Justiça?
CONSUMO. Essa é a palavra que dita
Os contornos das mentes distraídas,
Psiquicamente manipuladas pela propaganda
Insolente e desavergonhada dos visos
Repletos pela ignomínia trucidante
Dos espíritos ego-centricizados num ponto qualquer
Deste Universo da demagogia exaquerável.
O SOCIAL? Ah, o SOCIAL assim moldado, hipocritamente,
Nas franjas largas da corrupção e do desvario
De um poder sem escrúpulos de qualquer espécie!
O SOCIAL, este SOCIAL... que se exploda
A partir do podre interior de si próprio
Que o mina e nos contamina.
Este SOCIAL é o estar das mentes quadradas
De ideias ocas nos vértices encalhadas por dogmas
Surrealistas sem reversibilidade possível.
Abomináveis ditadores deste SOCIAL
Que NINGUÉM sois – Morram, morram já,
De uma só vez e para sempre.
Isabel Rosete
Ílhavo, 04/01/2008
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