domingo, 23 de outubro de 2011

Os pratos da balança já não se equilibram mais!

Já não sabemos onde mora a Justiça!

A medida certa acabou!

Esgotou-se nas hipérboles

Dos inglórios feitos humanos.



A incerteza, a dúvida, o paradoxo

São o paradeiro do nosso caminhar incerto

Em terreno irremediavelmente movediço,

Ao mesmo tempo que estanque

E repleto de obstáculos inultrapassáveis.



Sempre nos prendem as pernas

Quando os nossos passos são longos!

Sempre nos prendem os passos

Quando as nossas pernas caminham

Em direcção aos lugares nunca antes cogitados!



Ah, que ilusão, a dos Homens,

Sempre que lançam na Terra e nos Mares

As malhas apertadas das suas próprias redes

Como (supostos) senhores, dominadores do Universo

Físico e humano, onde residem e escassamente habitam!



O Mundo está aí e permanece imutável,

Na sua essência, apesar de todas as investidas

Desta Humanidade minoritária que luta

Pelas suas mais nobres causas, sempre solitária;

Que acompanha, em desacordo, o furor das multidões

Em revolta, contra o imposto pelas leis da Natureza,

Que não mais salvaguarda ou protege.



Ai, esta Humanidade que, um dia,

Alimentou a vã ilusão do Tudo manipular,

De ser a gestora de um Universo que,

Amiúde, gosta de se esconder

Na sua mutabilidade camaliónica!

Isabel Rosete

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