quinta-feira, 5 de março de 2009

Meros farrapos
Nos tornámos,
Nós, os pretensos
Arautos da Razão.

Razão!?
O que é a Razão?
Não sabeis, pois não?

A palavra degenerou-se,
Gastou-se,
Transmutou-se para um outro,
Que jamais é o outro de si mesma.

Continuamos a carregar este rótulo,
O de sermos racionais,
Cada vez mais vazio,
Cada vez mais insano...

Não é Justiça que nos move,
Não é o Bom-Senso que nos determina,
Não é a Ética que nos rege!...

O que nos alimenta
Ou des-nutre,
Sobe o nome da Razão?

A demagogia e a retórica,
Degeneradas;
O poder e a ambição,
Des-medidas;
A intolerância e a discriminação,
Arrogantes,
Sem fundamento plausível.

É nisto, Homem,
Movido pelas escaldantes farpas do Demo,
Que te transformas-te,
Por conta própria.

Isabel Rosete

2 comentários:

Anónimo disse...

Estava a descobrir uma imensa garra feminina, rasgando um horizonte não inócuo da existência, quando...Dúvidas temporais no verbo?

"É nisto, Homem,
Movido pelas escaldantes farpas do Demo,
Que te transformas-te,
Por conta própria."

Vou andando por aí... interessante!

Nehashim disse...

Pobre Prometeu. O presente que deste ao homem demora a tomar sentido.