O 25 de Abril,
A Liberdade na ponta
Das espingardas com cravos vermelhos,
A esperança pela Tolerância
E pela fraternidade,
O Zeca Afonso das baladas
De intervenção
Que nos fizeram acordar
De uma longa noite de trevas.
O 25 de Abril,
A voz audaz de um povo,
Até então, calado,
Adormecido
Pelas vozes tirânicas,
De um poder sem dó.
O 25 de Abril,
A consciência de uma voz,
Aberta,
Que nos iluminou o futuro.
O futuro? Que futuro?
O da política demagógica?
O da falsa democracia?
O futuro? Que futuro?
Que já não se silencia?
O futuro da expressão
De todas as cores?
O futuro do rosa, do laranja,
Do vermelho, do verde?
O 25 de Abril,
O eco de pensamentos outros,
Do diálogo,
Ou da conversa fiada,
Da trama das ideologias
E da teoria da inexistência das ideologias.
O 25 de Abril,
O amor e a paz,
Sempre adiadas,
Mesmo depois do ilusório apogeu
Da bem-dita guerra colonial,
Dos homens mutilados,
Dos corações de mulheres,
Despedaçados,
Das almas das crianças,
Órfãs,
Que assim nasceram,
Á luz da promessa
De uma nova idade.
Isabel Rosete
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