quinta-feira, 14 de abril de 2011

PENSAR ABRIL III


Volvidos trinta e sete anos,
Já não somos os mesmos!

Somos quaisquer outros
Abandonados pelos políticos
Insanos do tachismo e da tagarelice,
Pelas pardidarices que, sem
Esperança, nos des-governam.

Peregrinamos pelos espaços
Vazios do Mundo, em crise
Consagrada pelos falsos
Mentores nacionais, de promessas
Sempre adiadas,
Avistando-nos com outro rosto:

- O rosto da política
Da integração europeia
E da vã inclusão comunitária.

- O rosto da moeda única,
Da farsa da adaptação
Ou da massificação ideológica.

-O rosto da desagregação
Cultural e apátrida, movida na
Mera verossimilhança de um
Povo sem identidade.

- O rosto, cuja voz,
Já não sabe mais cantar
O hino nacional.

- O rosto, cujos traços e cores,
Já não são mais
Os da nossa bandeira.

Volvidos trinta e sete anos,
Já não somos os mesmos!
O que somos, então?

Um povo errante,
Ainda e sempre,
No resto da cauda da Mundo,
Que outrora conquistámos,
No preciso momento
Em que o perdemos?

Erguemos o Convento de Mafra,
Com o ouro vindo do Brasil,
Edificámos a Torre de Belém
E o Monumento das Descobertas,
À custa de longas e saudosas lágrimas
Dos que sempre partiram,
Dos que nunca chegaram!

Qual Velho do Restelo
Se ousa, ainda, erguer?

Qual Adamastor
Povoa, ainda,
Os nossos mares?

Quais ondas alterosas
Se aprumam,
Nesse mar imenso,
Por onde não velejamos jamais?

Isabel Rosete

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