Sol que brilhas e iluminas a minha alma
Aqueces o meu corpo, tão só.
Como te amo na tua natural formosura.
És perfeito, Astro dos Astros,
Imensamente grandioso.
Por favor não te extingas.
Que faria da vida sem a tua luz
E sem o teu calor?
A tua majestade, aí altivo, nem ao meu alcance,
Nem ao de ninguém – enobrece-me a mente
Que, pouco a pouco, se torna clara.
Libertam-se ideias, tão brilhantes como tu,
Reflexos translúcidos nas águas
Onde te derramas, qual espelho infinito
Dos labirintos intra-mundanos que se
Espraiam nessas águas em movimento
Perpétuo; águas peregrinas que nos
Conduzem á confluência de todos os Mares.
Aí, os espelhos intersectam-se
E a visão dos mundos é imensa.
Tudo se mostra na frente e no verso.
Já não há véus. Já não há sombras.
Apenas a Verdade em todos
Os seus reflexos, desveladamente diáfanos.
Espera! Não te vás, ainda!
Preciso de continuar a contemplar-te
Para manter a minha respiração fluída;
Preciso da tua presença para que as minhas
Mãos continuem a escrever;
Preciso da tua companhia para disfarçar
Este meu estar só.
Espera! Não te vás, ainda!
IR, Jardim Oudinot, 12/08/2010
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