domingo, 4 de dezembro de 2011

"Hino ao Sol", por Isabel Rosete - Inédito




Sol que brilhas e iluminas a minha alma,


Aqueces o meu corpo gélido.

Como te amo na tua natural formosura!

És perfeito, Astro dos Astros,

Imensamente grandioso.

Por favor, não te extingas!


Por favor, não me abandones também!

O que faria da minha vida sem a tua luz,

Na carência do teu calor?


A tua majestade, aí, altivo

- nem ao meu alcance, nem ao de mais ninguém –

Enobrece-me a mente,

Que, pouco a pouco, se torna clara.


Libertam-se as Ideias, ó Sol,

Tão brilhantes como tu,

Reflexos translúcidos nas águas onde te derramas,

Espelhos infinitos de Dédalo(s) intra-mundanos

Espraiadas nessas águas frias,

Nessas águas peregrinas agitadas

Que nos conduzem á confluência de todos os Mares.

Aí, os espelhos intersectam-se

E a visão dos Mundos possíveis é enorme.


Agora tudo se mostra na sua frente e no seu verso.

Já não há véus! Já não há sombras!

Apenas a Verdade em todas as suas representações,

Des-veladamente diáfanas.


Espera! Não te vás, ainda, ó Sol da Vida!


Preciso de continuar a contemplar-te

Para manter a minha respiração fluída;

Preciso da tua presença

Para que as minhas mãos continuem a escrever;

Preciso da tua companhia

Para disfarçar este meu estar só.


Espera! Não te vás, ainda, ó Sol da Vida!

Isabel Rosete (inédito)

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