sábado, 17 de setembro de 2011

Processo de escrita



As ideias ocorrem, escorrem.

Espalham-se num aberto continuado.

Surgem num ápice eufórico.

Escrevo-as sem que as precipite.


As palavras revelam-se, impõem-se-me

Sempre em cadeia ininterrupta

Sem que as des-oculte propositadamente

Na imediatez do raciocínio que se eleva.


Escrevo. Simplesmente escrevo

O que o meu pensamento me dita

Num ritmo vertiginoso, quase alucinatório,

Que as minhas mãos nem sempre acompanham facilmente.


Assim digo o Mundo no seu ser e no seu estar

Mutante e perene, num raio apaixonante,

Que a folha de papel em branco ilumina.

Assim caminho no balanço das vogais

E das consoantes que nunca me traem,

Que clareiam o meu dizer na transparência

Da Linguagem que é a “Casa do Ser”.

Isabel Rosete

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