terça-feira, 23 de julho de 2013

Nada se fixa no e sobre o Homem, por Isabel Rosete

Nada se fixa no e sobre o Homem.
E se o Mundo é composto de mudança,
A metamorfose é o traço do viso desta humanidade,
Que a ritmos incertos,
Cresce dentro desse ser cheio de vazio que somos,
Cada um de nós,
Um dia rotulados de “animais racionais”,
Supostamente, pensantes, inteligentes,
Portadores de um raciocínio lógico-discursivo
Hipoteticamente emersos do melhor dos mundos possíveis,

E, afinal,
O que queremos de nós,
Seres errantes?

E o que queremos do Mundo
Que em torno de nós se move
A uma velocidade incomensurável?

Ou desfazemos essa aura de entes
Onde fomos depositados, um dia,
Sem que o nosso querer
Fosse chamado a opinar
Sobre esse modo de existência de caos e de ordem
Que nos caracteriza,
De que somos co-autores e co-produtos
Voluntária ou involuntariamente?

Perdemos o rumo.
Mas encontrámos o fio de Ariana
Que comanda o nosso Destino.
Destino? Mas... Que Destino?
O de sermos uma humanidade emaranhada
Nos nós da sua própria teia?

Ariana e a aranha estão sobre a caução
De um mesmo invólucro
Tão opaco, quanto transparente,
Tão sublime, quanto miserável.

E, apesar disso, ainda podemos falar
Da harmonia heracliteana dos contrários?
Do caos criativo que, quiçá,
Gera a nossa própria ordem des-ordenada?
Isabel Rosete

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