Um beijo desliza sobre a montanha rochosa,
Qual corpo de um homem rude sem alma refinada.
As árvores já não florescem!
O sangue já não circula!
As flores estão mortas!
Os braços do homem rude cruzam-se
E não se despegam do seu corpo!
Estão estáticos! Apenas estáticos!
Os pássaros fugiram para o vale mais próximo
Junto aos riachos de águas claras,
Onde os corpos (não mutilados) saltitam de
Nenúfar em Nenúfar.
O Sol volta a ser amarelo e reluz na limpidez
do horizonte
Sem as manchas cinza das montanhas rochosas.
Límpidas são também as almas das criaturas
deste vale
[de fresca vegetação
Onde brincam os infantes pulando como os
sapos
Ao apanharem os girinos, fugidios amantes da
sua liberdade.
Não há solidão!
As coisas da Natureza amparam-se entre si
No leito aberto ao constante re-nascer de todo
as cores.
O luar surge!
A noite tarda em chegar!
Isabel Rosete
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