sábado, 27 de julho de 2013

Tanta paz camuflada,
Tanta miséria aveludada,
Tanta guerra e quanto sofrimento
Desabrocha no coração dos Homens!

Empedernidos, incapazes de amar,
Quais entes errantes, vagabundos,
Viandantes eternos, vão, por aí...
Nem sempre sabendo para onde
Os seus próprios passos os levam.

Caminham sem rumo, em completo desnorte,
Sem destino, em completo desvario,
À procura de um espaço redondo
Que os acolha no seu perpétuo peregrinar.

Soltam-se à beira do Mar que,
Um dia, os levará para o paradeiro certo.
Já não sabem quem são!
Já não sabem para onde vão!
Perderam a noção do Corpo,
Dos seus contornos, das suas funções vitais.

Da Alma, também, nada sabem!
Definitivamente… estão perdidos!
Só têm espelhos e reflexos longínquos
De outros espelhos baços e quebrados,
Algumas sombras figurativas e
Indelimitadas, quase completamente
Amorfas, sem viso, sem Identidade.

Não souberam instituir a Paz.
Tornaram-se incapazes de devolver a Miséria
E de amolecer os Corações.
Tornaram-se incapazes de aniquilar a Dor.

Já não há Humanidade!
Só há estátuas amputadas,
De mármore ou de bronze,
Onde as Almas não repousam mais!

Isabel Rosete

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