quarta-feira, 6 de maio de 2009

Pensamentos Dispersos,
Isabel Rosete
(21/01/08)

A Guerra, sempre a Guerra, em nome da Paz…

Pátrias desoladas pelos horrores da Guerra. Corpos despedaçados cobrem a Terra com um manto vermelho. O sangue tinge as águas, daqueles que foram e não mais voltaram. Almas ultrajadas vagueiam por este Universo incógnito, sem destino.
Uma criança chora, a preto e branco. Outra soluça, de olhos esbugalhados pelo horror, ao mesmo tempo que se esconde dos Homens de verdes fardas, que correm, de arma em punho, para todos os lugares, pelo sórdido prazer da morte e do sangue. Já não têm Fé, nem Paz, nem Amor, nem Esperança, nem Nada… Já não sabem que são humanos.
Movem-se como autómatos. Tornam-se meras máquinas programadas para matar, indiscriminadamente. A Guerra torna-se um vício, um hábito enraizado, qual nicotina, cuja ausência desatina.
Não há mais um lar habitável para além deste cenário de todas as desgraças. Restam as trincheiras, os campos de batalha, onde a morte de uns é a vida de outros.
Violência e mais violência…Atrocidades e mais atrocidades… movem um ciclo completamente vicioso, sem princípio nem fim. A agressividade perpétua marca os espíritos robotizados dos fazedores da Guerra.
Fazer Guerra para alcançar a Paz, dizem os mentores dos pseudo-projectos de salvação da Humanidade. Que grande ironia! Que tremenda hipocrisia dos espíritos insanos!
A Guerra é o chamamento sem fim das mentes desejosas de expulsar a agressividade, durante anos contida, a violência, sempre reprimida, recalcada pelo convencional, pelo instituído, pelo “politicamente correcto”, nem sempre com fundamento válido visível.
Como queria ser Deus, Todo-Poderoso, o Deus que tudo pode, para aniquilar essa face negra do coração dos homens.

1 comentário:

João Alfredo Sinicio disse...

PENSAMENTOS DISPERSOS?
Querida Isabel,
inspirado em seus inspirados textos,
fomos levados às respeitosas rimas que se seguem. A concordar com a absurdidade da guerra; não poderia, no entanto, não lembrar que, por vezes, a evolução nos conduz a circunstâncias estranhas, onde a guerra, absurdamente que seja, ou paradoxalmente, para usar outra expressão, torna-se o meio pelo qual a vida, via sua fonte mais sublime ("Fonte da Vida") leva à humanidade ao seu ajuizamento mais paradoxal: aparentemente desajuizado.
Fraternalmente - Sinicio

P.S: a louvar seus brilhantes textos, seguem as nossas rimas pobres...
_______________________________
GUERRA... PAZ... Até quando?

- Guerra... Paz;
- Pátrias... Corpos ao rubro traz.
- Sangue... tintura-águas;
- Almas... Universo... mágoas.

- Criança chora, a preto e branco;
- Olhos esbugalhados... o cancro:
- Fardas-armas... corpo exangue;
- Morte... horror, quanto sangue.

- Fé, Paz, Amor, Esperanças;
- Humanos... quantos inda crianças.
- Autómatos.. máquinas a matar:
- Guerra vício por desenraizar.

- Aprendizado... no tempo milenar;
- Civis... jovens... militar.
- Lares-Pátria... evoluir;
- Kosmos-Pátria... alcançar.
- Théos... a todos abençoar.
- Arados... o bélico a sucumbir.

- Oh! Platão, da Pátria o guardião:
- Não se lhes amaldiçoem os santos;
- A tais, das mães, o coração,
- Não raro cabe aplacar os prantos.

- Sua trincheira nua,
- Dos campos, a batalha sua...
- Lembremo-nos verdade prístina...
- SEMPRE SE LHE PREPARA Krishna.

- Nas mãos do guardião, à luz...
- Freme um só artefato.
- Não a lâmina, mas de fato,
- Dos artefatos o artefato: a cruz.

- Caminha rumo ao alto...
- Infenso do julgamento alheio;
- Aquele que retorna d´onde veio:
- "A Casa do Pai"... no Planalto.

- Guerra: abominável canto...
- Há que ser entoado, entanto.
- E quantos hão que trilhar a via;
- Guardiães da Pátria, um dia pia.


- Dia virá, por certo,
- Em que se calarão canhões;
- Até lá não se condene incerto;
- O que motiva a todos os corações.

- Não se apupe o manter o bélico;
- Antes se aplauda buscar o belo.
- Não se negue, no entanto;
- Por vezes... no guardião o elo;
- Da dor ao riso: da paz o manto.
- Por vezes... o caminho célico.

- São ARJUNAS: líderes natos;
- Via onde KRISHNA conduz os atos.
- Tais que aos olhos não vigís...
- Transparecerá sempre fatos vís;
- O prazer pela violência.
- A absurdidade...
- A atrocidade...
- ...O atentar contra a existência.

- Hosanas se elevem à Luz...
- Fumos incensos, não cadavéricos.
- Risos amorosos não histéricos.
- Holores anti-flama; qual alcaçuz.

- Findemos, por ora,...
- A orar à santa lida;
- Orando pela paz sem demora;
- Provinda da sacra FONTE-da-VIDA.
12.05.09
Fraternalmente - Sinicio