terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Pensamentos Dispersos

16/01/08,
Isabel Rosete


Escrevo até à exaustão do sentir, em cada noite que permaneço em estado de alerta. Acompanham-me as estrelas, a Lua, a chuva, as tempestades, o silêncio, que a paz me traz e a minha lucidez engrandece. As palavras sempre fluem soltas, dispersas ou conjugadas.

O sono teima em não chegar perante essa ânsia incontrolável do pensamento que quer ser dito, da voz que se quer erguer no silêncio dos orbes celestes.

Tudo é fonte de inspiração. Tudo impele ao mais simples e ao mais complexo Dizer. Todo o pensado deve ser dito. Tem que ser dito.

O pensamento comanda a mão que, tremulamente, escreve. Um pensamento redondo que jamais se quer conter no seio dos limites esferoidais da circunferência que o envolve. As ideias rodopiam. Tornam-se visíveis. Mostram-se ao Mundo.

O meu pensamento não quer calar mais a sua voz. Grita, expande-se, exterioriza-se. Com outros pensamentos se pretende entre-cruzar; recolher a mais nobre seiva de outras mentes, monadologicamanente conjugadas, com portas e janelas viradas para o Aberto do esplendor da Criação.

O Pensamento é a mais preciosa lente de observação do Mundo. Em si mesmo, todos os pormenores pode acolher. Dentro de si, todas as essências pode recolher

Sem limites, navega o meu pensamento. Sempre na ânsia de percorrer todos os mundos possíveis, determinado por um sentido universal e universalizante. Quer abarcar o Todo, sem deixar nada de fora.

Aos insondáveis mistérios se dirige com uma curiosidade infinita. Os segredos do Universo quer desvendar, não para o manipular, mas para o salvaguardar da originariedade que ainda lhe resta.

Tudo dentro de mim. Nada fora de mim. Eis o lema que, sempre, me persegue. É magalómano? Sem dúvida!

Não se desfaz no quebrar das ondas, nem na alternância das marés. Permanece, aí, convicto da sua missão: observar e dizer o Mundo, ritmicamente, sem má fé, sem pré-conceitos. Com racionalidade, sensatez e originalidade.

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