terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Se a minha Alma falasse
Não se entenderia com a linguagem dos Homens
Cegos e surdos
Em veredas (des)amparados.

Pedaços de mim lançam-se por esse Mundo incógnito
Soltos
Completamente soltos
Como se o puzzle a que um dia pertenceram
Se tivesse desfeito, para sempre,
Na anarquia caótica dessas gentes que escondem
Os sorrisos de gratidão
As lágrimas de felicidade
Os aplausos, a um só ritmo,
Que não soam mais nos timbres da harmonia
Dos tambores da Paz e da Justiça
Que, outrora, me consolavam a Alma
Viandante
Que parte e fica num mesmo lugar
Num outro e mesmo lugar qualquer
Algures perdido na imensidão do Universo.

Ah, se encontrasse, um dia, esse meu topos
Esse lugar natural que me foi destinado
Esse espaço só do Tempo e só do Espaço
Apenas para mim guardo
Só para mim colhido e não para mais ninguém!

Mas a podridão dos sentires putrefactos
Sempre se eleva
Sempre fala mais alto
Pelas aquelas vozes ignóbeis
Da maledicência propositada.

Isabel Rosete

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