sábado, 27 de novembro de 2010

Meros farrapos
Nos tornámos,
Nós, os pretensos
Arautos da Razão.

Razão?
O que é a Razão?
Não sabeis, pois não?

A palavra degenerou-se,
Gastou-se,
Transmutou-se para um outro,
Que jamais é o outro de si mesmo.
Continuamos a carregar este rótulo,
O de sermos racionais,
Cada vez mais vazio,
Cada vez mais insano!

Não é a Justiça que nos move,
Não é o Bom-Senso que nos determina,
Não é a Ética que nos rege!

O que nos alimenta
Ou des-nutre,
Sobe o nome da “Razão”?

A Demagogia e a Retórica,
Abastardadas;
O poder e a ambição,
Des-medidas;
A intolerância e a discriminação,
Arrogante,
Sem fundamento plausível.

É nisto, Homem,
Movido pelas escaldantes farpas do Demo,
Que te transformas-te
Por conta própria?

IR

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