sábado, 5 de fevereiro de 2011

Cansas-me

Estou cansada desse teu olhar que me despe
Cheio de mágoas e frustrações.

Estou cansada desses teus lhos esbugalhados
Que me sorvem, sem piedade,
Pelo egoísmo de me possuíres,
Tão intensamente, que me exaures
O corpo e me desgastas a alma.
Estou cansada desse teu suor, desbravador,
Durante e depois do Amor.

Estou cansada dessa tua obsessão, desmedida,
De me quereres, sempre, dentro de ti
Mesmo quando estás ausente,
Algures, em qualquer lugar.

Cansas-me de sufoco sempre que
A claustrofobia mental se instala
Em mim pelo excesso do teu amor.

Cansas-me quando beijas a minha boca
Mais que embebida nessa tua saliva
Que me amordaça a mente.

Tudo, no teu amor, é repleto de cansaço.
Um cansaço de tédio, que é mais que cansaço.
Não te suporto mais.

Isabel Rosete





3 comentários:

Eneida Freire disse...

Que fantástico!
Já vivi algo assim.
E me desvencilhei.
Acho que sim.
Espero que sim.
Beijo!
http://tengacreencia.blogspot.com

Isabel Rosete disse...

Muito obrigada pela sugest
ao. Em breve participarei.

Antonio Augusto disse...

Querida irmã Filosófa Isabel Rosete, desculpe o atrevimento!
Antes porém, parabéns pelo livro. Ontem apresentei-a ao meu Professor Paulo Henrique Fernandes, de Filosofia da História II ( este ano Cícero, Sêneca, Epicuro, etc). Estudo na Universidade São Judas Tadeu.
Ele é neto do Sociólogo Florestan Fernandes, Emérito Professor na USP. Estou divulgando seu trabalho! Abraços,e bjks