Os pratos da balança
Já não se equilibram mais…
A medida certa acabou
A incerteza
A dúvida
São o paradeiro
De um caminhar
Em terreno
Fatalmente
Movediço…
Numa massa estanque
Informe e disforme
Se movem os nossos paços
Inquietos…
Sempre
Nos prendem as pernas
Sempre
Nos atrofiam os músculos…
Que ilusão
A dos Homens
Supostos senhores
Dominadores
Do espaço cósmico
Que tão debilmente habitam…
E o Mundo?
O Mundo está aí
Permanece imutável
Na sua essência
Apesar de todas as investidas
Destas Criaturas desnorteadas…
Acompanha
De perto ou de longe
O furor das multidões em revolta
Contra o previamente imposto
Contra o dogmaticamente determinado
Pelas Instituições
Pela Natureza
Por Deus
Ou pelo Destino…
Ai…
Esta Humanidade
Alimentada
Pela estéril ilusão
De Tudo manipular
De Tudo governar…
Ai…
Esta Humanidade
Pretensa tutora
De um Cosmos
Infinito
Imenso
Ou invisível
Aos cegos olhos
Do comum dos mortais…
Um Cosmos
Sempre aberto
Sempre camuflado
Velado e des-velado
No enredo labiríntico
Da sua própria Teia
Em constante mutabilidade camaliónica…
Isabel Rosete
19/01/01
23/01/08
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