Volvidos vinte e cinco anos
Já não somos os mesmos
Avistamo-nos com um outro rosto
O rosto da política da integração europeia
Da integração comunitária
Da moeda única,
Da adaptação ideológica…
O rosto
Quiçá
Da desintegração cultural e apátrida…
O rosto
Cuja voz
Já não sabe cantar o hino nacional…
O rosto
Cujos traços e as cores,
Já não são
Talvez
Os da nossa bandeira
Volvidos vinte e cinco anos
Já não somos os mesmos
O que somos, então?
Um povo errante,
Ainda e sempre
No resto da cauda do mundo,
Que outrora conquistámos
No preciso momento em que o perdemos.
Erguemos o Convento de Mafra
Com o ouro vindo do Brasil
Edificámos a Torre de Belém
E o Monumento das Descobertas,
À custa de longas e saudosas lágrimas
Dos que sempre partiram
E dos que sempre ficaram
Qual Velho do Restelo se ousa, ainda, erguer?
Qual Adamastor, povoa, ainda, os nossos mares?
Quais ondas alterosas se erguem, ainda, desse imenso mar?
Isabel Rosete
24/4/1999
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