Os meus amores vão e vêem
Tão firmes e tão efémeros
Tão nostálgicos e tão saudosos
São eternos instantes de prazer
Guardados pela memória que os presentifica
Em todos os momentos de solidão
São pedaços de mim
Estilhaçam-me o peito
Inquietam-me o corpo e a alma
São revoltosos
Transpiram um desassossego megalómano
Transluzem a impaciência em efervescência
Os meus amores são ansiedade em estado líquido
Exausto devir de adrenalina pura
Correntes sanguíneas em excitação
Estares explosivos
Impulsivos
Gritantes
Não compactuam com as regras impostas
Ultrapassam todos os limites
O convencionalmente estabelecido
Os freios hipócritas da moral instituída
São excesso
Hipérbole
Des-medida
Deflagração perene do sentir
Não se contêm mais dentro de mim
Vagueiam pelo espaço libidinal
De um Universo ilimitado
Sem princípio nem fim…
Isabel Rosete
27/12/07
26/01/08
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