O Tempo II
Vivemos a vã aspiração
De controlar esse naco de nós
Pela minuciosa máquina do Tempo
Que o nosso pulso suporta.
O relógio está aí
Voltado
Sempre voltado
Para os nossos olhos.
Para os olhos de todos os outros
Expectantes
Ávidos
Ansiosos…
Por um tempo vindouro
Onde qualquer ideal
Possa ser consumado
Ad eternum.
Que ilusão
Somos nós
Homens
Criaturas temporais de rosto encoberto!
Entes de palpites inconstantes
Conscientes e inconscientes
No pulsar de um Mundo
Que nunca adormece.
Buliçoso
E turbulento
Gira sobre nós próprios
Em raios de luz e escuridão.
Move-nos
Dentro e fora das nossas órbitas
Nem sempre concêntricas…
Conduz-nos
Para o topos debilitado da nossa condição
De estritos seres de passagem…
Em digressão
No subterfúgio incógnito
Da nossa com-fusão.
Isabel Rosete
19/01/2001
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