quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

A minha Alma procura,
Sem cessar,
A Liberdade,
Esse espaço Aberto
Da expansão total do Tudo,
Onde não há acaso,
Nem ocaso,
Nem vazio,
Nem nada.

A minha Alma quer percorrer
Os círculos viscerais
De todos os entes.

A minha Alma ama a Totalidade,
Na sua Grandeza,
Que foge aos estreitos limites do Tempo,
Do Espaço, do Destino…

A minha Alma vagueia
Por todos os lugares.
Não cabe dentro de si própria.

A minha Alma procura o Aberto,
Onde o Tudo se funde,
Em perpétua comunhão com o Ser,
Fundo e fundamento de todas as coisas.

A minha Alma pensa o Mundo.
Mas, esmorece,
Perante o caótico cenário da miséria alheia.

A minha Alma quer mudar o Mundo,
As mentes das gentes agrilhoadas
À mesquinhez do pré-conceito,
Ao vergonhoso estado
Do mero sobreviver.

A minha Alma quer ultrapassar as barreiras
Do tempo e do espaço.
Quer ser eterna
E nessa eternidade mover o Mundo,
Na sua direcção adequada.

A minha Alma não é narcísica.
Vê-se ao espelho
E reconhece a sua própria Identidade.
Sofre com todos os “Epimeteus”…
Deseja todos os “Prometeus”…

A minha Alma sente-se só,
Desamparada,
Neste espaço cósmico des-humanizado,
Que não suporta a disparidade da alteridade.

A minha Alma quer renascer
Num Mundo Novo,
Sem rótulos,
Sem rebanhos,
Sem congeminações forçadas e infundadas.

A minha Alma quer crescer
Nas margens Infinitas de todos os oceanos,
Nos leitos Ilimitados de todos os rios,
Nas águas não-estagnadas,
Que à mudança, sempre, impelem.

1 comentário:

Anónimo disse...

Isabel,
Queres tanto como eu mas, tal como a catrastrófica imagem anterior ao poema o mostra, é preciso que outro cometa estilhace desta vez a Humanidade, os novos dinossauros,
para regressarmos ao princípio e,
infelizmente, voltar ao mesmo.
Eduardo Figueiredo